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Pepeu Gomes, aos 64 anos: "Faço a sobrancelha e pinto o cabelo"
Músico comemora 50 anos de carreira com nova turnê: "É um momento especial da minha vida"
Na turnê Pepeu 50: a mais de mil, que se inicia no dia 17, com show no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o ilustre representante dos Novos Baianos vai passar a limpo em sua poderosa guitarra os hits que embalaram as últimas cinco décadas. "Quando tinha 14 anos, deixei um bilhete e saí de casa para ser artista. Eu era o quinto de nove irmãos. A barra era pesada. Minha religião é a música", diz ele, do alto de seus 64 anos. Aquariano e, por isso, "sempre com um pé à frente", como gosta de dizer, Pepeu Gomes se considera um sobrevivente. "Passamos pelas drogas, a aids, a ditadura, sempre driblando isso tudo como Pelé. Estou conseguindo envelhecer com a minha meninice. Detesto fios brancos e vou pintar o cabelo até os 90 anos", avisa.
Como você avalia esses 50 anos de carreira?
Percebo que com os Novos Baianos deixei um legado para as futuras gerações. Lembro de como foi grandiosa a participação de João Gilberto no disco Acabou chorare. Era como a presença de Deus naquele momento. Não tirava os olhos do braço do violão dele. A gente foi preso, passou fome junto e hoje estamos aqui, saudáveis, na ativa. Estão todos cantando, produzindo, gravando, tocando sua carreira solo. O show que fizemos juntos na Bahia foi um encontro maravilhoso. Às vésperas de começar essa turnê, vejo que este é um momento bem especial da minha vida.
O grupo vai voltar depois do show em Salvador?
Não. Tivemos um encontro, passamos quatro dias juntos lá, lembramos dos momentos bons e dos momentos difíceis. Choramos muito. Acho que é um show que precisa ser feito em São Paulo e no Rio. Enfrentamos uma fase forte do autoritarismo no Brasil. Tínhamos 90% de chance de ser preso por ter cabelos grandes e sermos maconheiros. Mas atravessamos tudo sem perder o nosso charme. Saímos de uma podridão e agora caímos em outra. Mas temos a melhor música do mundo e a Amazônia e, se Deus quiser, vai acabar essa fissura pelo poder e virá uma cúpula nova e limpa para nos governar.
Você fala muito em Deus. Qual é sua religião?
A música é a minha religião. Minha mulher é evangélica e eu adoro isso. Eu tenho uma ligação direta com Deus, não preciso de nenhuma instituição. Faço conexão de qualquer lugar. Oro todo dia por todos, pela desigualdade, meus filhos, netos, amigos. Quando faço uma música que permanece, ela vira uma oração, e isso é muito lindo. Nunca fui preconceituoso, respeito todas as crenças.
E sua relação com Baby, sua ex-mulher?
Estávamos afastados até o Pedro (Baby, filho deles) começar esse trabalho bonito de nos reaproximar. Foi como uma cura a gente no palco do Rock in Rio. Vejo que nos tornamos uma família maior. Essa foi uma grande conquista. Hoje, Baby é a melhor amiga da Simone, minha mulher. Sempre aparece aqui em casa para tomar café e comer bolo. Os anos vão passando e, com maturidade, você enxerga que o melhor é envelhecer bem, sem marra, sem mágoa, sem resíduos de problemas antigos. Com 85 anos, a gente vai jogar buraco e tocar violão.
Você é muito vaidoso?Sim. Gosto de fazer a sobrancelha e de pintar o cabelo. Não gosto de pelo na cara, detestofios brancos.
Vou fazer 90 anos e continuarei pintando. Estou conseguindo envelhecer com a minha meninice. Me trato com a medicina molecular e, por isso, todo mundo fala que tenho 64 anos com cara de 40. Só como o que é compatível com o meu sangue, que é "O".Isso melhora a vida em vários sentidos, e a minha pele. No meu caso, comer carne é benéfico. O mundo foi feito para mim. Estou partindo para os próximos 60 anos.
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