Marcos Palmeira é Cícero em Velho Chico
(Foto: TV Globo)MARCOS PALMEIRA É CÍCERO EM VELHO CHICO
(FOTO: TV GLOBO)
"Velho Chico" sofre com algumas sérias desconexões entre o texto e a realização. Certos personagens flutuam num limbo entre o realismo e a fábula e ali se perdem. Mas nada disso afetou Marcos Palmeira, o Cícero. Esse é o melhor trabalho do ator na televisão e um aperfeiçoamento do que ele fez no passado, em outras tramas rurais. Seu personagem tem um pouco do Tadeu de “Pantanal” (de 1990) e do João Pedro de “Renascer” (1993). Mas é uma construção muito mais completa e madura.
As cenas da última sexta-feira são um bom exemplo disso.
Martim (Lee Taylor) decidiu ir embora.
Cícero foi enviado pela patroa para resgatá-lo.
No diálogo, defendeu o indefensável: as atitudes horríveis do Saruê (Antonio Fagundes).
Alegou que “para sentar na cadeira onde se senta, é preciso coragem”.
Martim discordou e desafiou o empregado, que manteve sua posição acrítica inabalada.
Foi delicado e emocionante.
Cícero é um clássico da sociedade coronelista patriarcal.
Filho da empregada, foi criado entre a sala e a cozinha. Dependendo da conveniência do patrão, pertence a um lugar ou ao outro. Funciona como um braço direito acionado pelo Saruê para os serviços sujos, numa clássica relação de abuso.
Desde a estréia da novela, já foi visto várias vezes sentado na escada, expulso do escritório por alguma razão.
Cão fiel, espera ser chamado de volta.
Ele é apaixonado desde criança pela mocinha, Maria Teresa (Camila Pitanga). Esse amor impossível também já rendeu boas cenas a Palmeira.
Cícero é aquela figura que perdeu todas as guerras, um soldado esperando ordens.
O personagem existe de verdade.
E o ator está fazendo com talento e sentimento.
É um destaque absoluto de "Velho Chico"
fonte: kogut.oglobo.globo
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